sexta-feira, 13 de abril de 2012

Matrix e Budismo


“Não é a colher que entorta. É você mesmo.”

Essa frase do grande filme Matrix, que revolucionou o cinema, traz os mais antigos conceitos budistas. O pequeno monge, quando diz essa frase, quer passar a idéia de que não existe mundo fora de sua própria mente, que o mundo nada mais é do que o que sua mente capta das vibrações externas, o mundo é o que você cheira, o que você ouve, o que você toca, o que você vê. O mundo é sua mente, que não condiz fielmente ao mundo real, ao mundo fora das sensações, fora do tocável, do visível. Esse mundo real é totalmente diferente do mundo que sua mente consegue captar e de forma primitiva, mas extremamente funcional, cria para que você tenha uma simulação de um mundo individual para sobreviver no mundo real. No começo toda essa idéia é muito confusa, mas com o aprofundamento dessa concepção, percebe-se que de fato tudo o que você conhece, é parte da sua própria mente. O seu almoço diário só existe pois você consegue enxergá-lo, sentir seu cheiro, tocá-lo, degustá-lo, caso contrario, se você não tivesse nenhuma dessas percepções, nada existiria. Imagine se você não consegui-se enxergar, ouvir, cheirar, degustar, tocar... nada existiria, por mais que alguém lhe alimenta-se você não teria concepção nenhuma de mundo, como uma pessoa em coma.
Por isso quando o garoto diz que não é a colher que se entorta e sim você mesmo, ele quer mostrar que o mundo que você vê é apenas uma adaptação que sua mente criou para viver no mundo real. Você vive no mundo real, mas enxerga a matrix e toma suas decisões, sente e se expressa a partir         dessa simulação. Toda vergonha, anseio, fúria, êxtase que você sente, vem dessa adaptação trivial do seu cérebro, que nada mais é que uma maquina biológica de sobrevivência. Toda forma de alegria ou tristeza vem dessa adaptação, desse mundo individual que existe em sua mente, que cria o ego para tentar de alguma forma manter sua existência e transferir seus genes para as gerações futuras.
Tendo essa concepção do real e irreal, os budistas tentam se abster dessa “ilusão” criada pela mente, para atingir a iluminação, que de modo bem simplificado é o "não ser", o “não se importar”, o “deixar fluir”.


                           

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