sexta-feira, 13 de abril de 2012

13 de abril: Dia Internacional do Beijo

Imagine uma situação conhecida pela a maioria:  a de um beijo.

Acredita-se que o beijo tenha surgido 500 anos antes de Cristo, época em que os amantes começaram a ser retratados nas esculturas e nos murais dos templos de Khajuraho, na Índia.

Ainda também, um dos primeiros relatos de beijo são da época grega em que os homens saiam e deixavam suas esposas cuidando da casa. Como a prática de beber fora de ocasiões especiais era direcionada apenas ao sexo masculino, ao retornarem às suas casas beijavam suas mulheres para verificar se não havia gosto de vinho.

Na teoria da evolução das espécies, o inglês Charles Darwin (1809-1822), afirma que a origem desta carícia é mais antiga. Segundo o naturalista, trata-se de uma  sofisticação das mordidelas que os macacos trocavam nos seus ritos pré-sexuais.

Há também a tese que seria uma evolução das lambielas que o homem pré-histórico dava no rosto dos companheiros para suprir a necessidade de sal do seu organismo. Ou um ato de amor das mães na época das cavernas. Sem utensílios para cortar os alimentos, as mulheres mastigavam a comida antes de a depositar na boca dos seus bebês.

Na Idade Média, era visto como uma forma de selar acordos. Com a boca fechada, os homens beijavam-se com firmeza. O toque leve demonstrava traição (como os beijos trocados entre as personagens Lucretia e  Lythia, da série Spartacus). Com o tempo, foi perdendo a força devido às pestes que dizimavam a população.

Para Sigmund Freud (1856-1938), o fundador da psicanálise, tudo tem a ver com as etapas do desenvolvimento psíquico. Freud começa pelo que chama de "fase oral" - o período, que dura até um ano de idade, em que a mãe dá de mamar ao bebê. Nesse período, todas as sensações de gratificação estão associadas à boca. A criança aprende que tocar com os lábios algum objeto macio proporciona uma sensação calmante e agradável. 

Veja agora um texto sobre a filosofia do beijo detalhada em seus três momentos filosóficos:

 "Primeiramente, há o encontro de faces que se aproximam, frontalmente, mas não se tocam. As faces são rostos em padrão típico, com dois olhos, nariz, boca etc. Estes rostos abarcam riquezas de detalhes quantas forem as “diferenças” entre duas pessoas. Na aproximação, os rostos formam espelhos em sua simetria-assimétrica de semelhança e singularidade. À altura dos olhos, “esses espelhos”, são capazes de refletir a imagem da face um do outro. Os rostos já estão, agora, “dentro e não fora”, ainda que seja apenas uma projeção dos mesmos refletidos. Somos capazes de ver a representação de nossa própria face (e não apenas a face!) nos olhos desta outra pessoa. Em um paralelo-metafórico comparo este estágio à filosofia. Uma infinitização dos reflexos das faces nos olhos de dois rostos, que se dobram em infinitas imagens projetadas nos olhos dos olhos dos olhos dos olhos... de suas faces. Talvez se tivéssemos como utilizar um microscópio (aqui é outra metáfora) para enxergar nossas faces refletidas nos olhos do outro, ainda poderíamos ver faces de faces infinitas. A filosofia, segundo Deleuze & Guattari, é a possibilidade que advém do caos, que é a possibilidade de infinitização permanente. Em um segundo momento, provoca-se um contato. Ainda não das faces. Imagine a mão “direita”, apenas, agora, em um movimento, um gesto. A mão direita que é posta, simultaneamente, sobre a face (direita) um do outro e que desliza, na altura das orelhas para a parte posterior do pescoço. Este contato é uma troca, que inclui sensações fora do controle próprio, advindas do calor e da pressão (da mão). Esta é a cena. Voltando ao paralelo na metáfora de um beijo, apresento-lhes a arte, que para Deleuze & Guattari irá intensificar a cena, duplicando o caos, ou seja, as formas de pensar, já que se confundem com sensações, sinestesias, “turvam-se os reflexos” (aquela infinitização das faces refletidas nos olhos um do outro), põe-se em uma possibilidade de relação, ainda que turva (rsrsrs). No terceiro e último, avancemos! Os rostos se tocam. E, como se trata de um beijo empírico, a boca é o meio. Os olhos, nossos espelhos de reflexo, fecham-se e as mãos pressionam o pescoço do outro em direção ao rosto próprio. “Um beijo” é vasto (!). Uma troca química-sinestésica entre outras. O momento é único e não somos capazes de mensurá-lo, prevê-lo ou aprisioná-lo. Este estágio, metaforicamente, poderia representar a ciência, que é impulsionada pela pesquisa de funções, essas que irão retroalimentar o caos. O caos, para os autores, é a fonte de criação. Entre o caos e as formas de pensar está o segredo, uma vida, o sentido ético. Uma vida extraída desta composição entre as formas de pensar: da filosofia, da arte e da ciência. Esmigalha-se as três, extrai-se algo que constitui variações em intensidades, talvez a subjetivação da própria vida em uma vida" (autor desconhecido).







  

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